15 de fev. de 2010

O caso Hydesville

Primeiro caso de comunicação direta com espíritos, noticiado pela imprensa mundial e testemunhado por jornalistas e estudiosos.



A antiga casa da família Fox


Aparições de espíritos são relatadas desde o início dos tempos. Temos casos de aparições na antiga Grécia, na civilização egípcia, no antigo oriente até as civilizações que habitavam as Américas descobertas pela Europa no século XIV. Mas dentre todos esses relatos de aparições de espíritos, uma se destaca e é tido como um divisor de águas: o fenômeno de Hydesville. O ano era 1848, o vilarejo, Hydesville, Estados Unidos.

O que lá aconteceu assombrou o mundo foi o primeiro caso de comunicação direta com espíritos, noticiado pela imprensa mundial e testemunhado por jornalistas e estudiosos. Na casa de uma família americana chamada Fox, que morava num vilarejo de nome Hydesville, no Estado de New York, começaram a manifestar-se forças sobrenaturais que pareciam vir do invisível. Essa casa já apresentava estranhos ruídos nas paredes, batidos e barulho de passos, com indícios de serem provenientes de uma inteligência oculta desejando se comunicar, bem antes da família Fox se mudar para lá. Em 1844 o mesmo já tinha acontecido com o casal Bells e em 1846 com a família Weekman. Ambas essas famílias saíram dessa casa por conta desses fenômenos. Inicialmente os Fox não sofreram nenhum incomodo em sua nova residência. Entretanto, algum tempo depois, mais precisamente nos dois primeiros meses de 1848, os mesmos ruídos insólitos que perturbaram os antigos inquilinos voltaram a manifestar-se outra vez. Eram batidas leves, sons semelhantes aos arranhões nas paredes, assoalhos e moveis, os quais poderiam perfeitamente ser confundidos com rumores naturais produzidos por vento, estalos do madeiramento, rato, etc. Por isso a família Fox não deveria ter-se sentido molestada ou alarmada. Entretanto, tais ruídos cresceram de intensidade, a partir de meados de marco de 1848.

Batidas mais nítidas e sons de arrastar de moveis começaram a fazer-se ouvir, pondo as meninas em sobressalto, a ponto de negarem-se a dormir sozinhas no seu quarto, e passarem a querer dormir no quarto dos pais. A principio os habitantes da casa, ainda incrédulos quanto aa possível origem sobrenatural dos ruídos. levantavam-se e procuravam localizar a causas natural dos mesmos. Na noite de 31 de marco de 1848, desencadeou-se uma série de sons muito fortes e continuados. Ai, então, deu-se o primeiro lance do fantástico episódio, que ficou como um marco inamovível na historia da fenomenologia paranormal. A garota de sete anos de idade - a Kate Fox - em sua espontaneidade de criança teve a audácia de desafiar a “forca invisível” a repetir, com os golpes, as palmas que ela batia com as mãos! A resposta foi imediata, a cada estalo um golpe era ouvido logo a seguir! Ali estava a prova de que a causa dos sons seria uma inteligência incorpórea. Para apreciar-se bem o sabor desta incrível aventura, vamos transcrever alguns trechos do depoimento da Sra. Margareth Fox. “Na noite de sexta-feira, 31 de marco de 1848, resolvemos ir para a cama um pouco mais cedo e não nos deixamos perturbar pelos barulhos; íamos ter uma noite de repouso. Meu marido que aqui estava em todas as ocasiões, ouviu os ruídos e ajudou a pesquisar.

Naquela noite fomos cedo para a cama - apenas escurecera. Achava-me tal alquebrada e com falta de repouso que quase me sentia doente. Meu marido não tinha ido para a cama quando ouvimos o primeiro ruído naquela noite. Eu apenas me havia deitado. A coisa começou como de costume. Eu distinguia de qualquer outro ruído jamais ouvido. As meninas, que dormiam em outra cama no quarto, ouviram as batidas e procuraram fazer ruídos semelhantes, estalando os dedos. Minha filha menor, Kate, disse, batendo palmas:” “Senhor Pé Rachado, Faça o que eu faço.” Imediatamente seguiu-se o som, com o mesmo numero de palmadas. Quando ela parou, o som logo parou. Então Margareth disse brincando: “Agora faca exatamente como eu. Conte um, dois, três, quatro” e bateu palmas. Então os ruídos se produziram como antes. Ela teve medo de repetir o ensaio. Então Kate disse, na simplicidade infantil: “Oh! mamãe! eu já sei o que é. Amanha é primeiro de abril e alguém quer nos pregar uma mentira.”

“Então pensei em fazer um teste que ninguém seria capaz de responder. Pedi que fossem indicadas as idades de meus filhos, sucessivamente. Instantaneamente foi dada a exata idade de cada um, fazendo pausa de um para outro, a fim de separar, ate o sétimo, depois do que se fez uma pausa maior e três batidas mais fortes foram dadas, correspondendo à idade do menor, que havia morrido”. “Então perguntei: É um ser humano que me responde tão corretamente? Não houve resposta. Perguntei: É um espírito? Se for, de duas batidas. Duas batidas foram ouvidas assim que fiz o pedido. Então eu disse: Se for um espírito assassinado de duas batidas. Essas foram dadas instantaneamente, produzindo um tremor na casa. Perguntei: Foi assassinado nesta casa? A resposta foi como a precedente. A pessoa que o assassinou ainda vive? Resposta idêntica, por duas batidas. Pelo mesmo processo verifiquei que fora um homem que o assassinaram nesta casa e os seus despojos enterrados na adega; que a família era constituída de esposa e cinco filhos, dois rapazes e três meninas, todos vivos ao tempo de sua morte, mas que depois a esposa morrera. Então perguntei: Continuara a bater se chamarmos os vizinhos para que também escutem? A resposta afirmativa foi alta.” Desse modo foram chamados vários vizinhos, os quais por sua vez convocaram outros, de maneira que, mais tarde e nos dias subseqüentes, o numero de curiosos era enorme. Naquela noite compareceram o Senhor Redfield, o Senhor e Senhora Duesler e os casais Hyde e Jewell. “Mr. Duesler fez muitas perguntas e obteve as respostas.

Em seguida indiquei vários vizinhos nos quais pude pensar, e perguntei se havia sido morto por algum deles, mas não obtive resposta. Apos isso, Mr. Duesler fez perguntas e obteve as respostas.

Perguntou:

Foi assassinado? Resposta afirmativa.

Seu assassino pode ser levado ao tribunal? Nenhuma resposta.

Pode ser punido pela lei? Nenhuma resposta.

A seguir disse: Se seu assassino não pode ser punido pela lei de sinais. As batidas foram ouvidas claramente.

Pelo mesmo processo Mr. Duesler verificou que ele tinha sido assassinado no quarto do leste, há quatro anos passado, e que o assassínio fora cometido aa meia noite de uma terça-feira, por Mr……; que fora morto com um golpe de faca de açougueiro na garganta; que o corpo havia sido enterrado; tinha passado pela dispensa, descido a escada e enterrado a dez pés abaixo do solo. "Também foi constatado que o motivo fora dinheiro”.

“Quanta a quantia: cem dólares? Nenhuma resposta. Duzentos? Trezentos? etc. Quando mencionou quinhentos dólares as batidas confirmaram”.

“Foram chamados muitos dos vizinhos que estavam pescando no ribeirão. Estes ouviram as mesmas perguntas e respostas. Alguns permaneceram em casa naquela noite. Eu e as meninas saímos. Meu marido ficou toda à noite com Mr. Redfield. No sábado seguinte a casa ficou superlotada. Durante o dia não se ouviram os sons, mas ao anoitecer recomeçaram. Diziam que mais de trezentas pessoas achavam-se presentes. No domingo os ruídos foram ouvidos o dia inteiro por todos quantos se achavam em casa”. Estes são os principais trechos do depoimento da Sra. Margareth Fox, que mais nos interessam para dar uma descrição viva dos acontecimentos de Hydesville, na sinistra noite de 31 de marco de 1848.

Os mais interessados em esclarecer o caso resolveram escavar a adega, visando encontrar os despojos do suposto assassinado. Eis que, através de combinação alfabética com as pancadas produzidas, chegaram aa identidade da vitima. Tratava-se de um mascate de nome Charles B. Rosma, o qual tinha trinta e um anos quando, ha quatro anos passado, fora assassinado naquela casa e enterrado na adega. O assassino fora um antigo inquilino. Só poderia ter sido o Sr. Bell ( quem diria hein?). Mas onde a prova do fato, o cadáver da vitima? A solução seria procurá-lo na adega, onde estaria enterrado.

As escavações, porem, não levaram a resultados definitivos, pois deram n’agua, sem que se tivessem encontrado quaisquer indicio. Por essa razão foram suspensas.

No verão de 1848, o próprio Sr. David Fox auxiliado por alguns interessados retomou o empreendimento. A uma profundidade de um metro e meio, encontraram uma tabua. Aprofundada a cova, encontraram o carvão, cal, cabelos e alguns fragmentos de ossos que foram reconhecidos por um medico como pertencentes a esqueleto humano; mais nada. As provas do crime eram precárias e insuficientes, razão talvez pela qual o Sr. Bell não foi denunciado. Em o numero de 23 de novembro de 1904, do Boston Journal, foi notificada a descoberta do esqueleto de um homem cujo Espírito se supunha ter ocasionado os fenômenos na casa da família Fox em 1848. Meninos de uma escola achavam-se brincado na adega da casa onde moravam os Fox. A casa tinha fama de ser mal-assombrada. Em meio aos escombros de uma parede - talvez falsa - que existira na adega, os garotos encontraram as pecas de um esqueleto humano. Junto ao esqueleto foi achada um lata de uma espécie costumeira usada por mascates. Esta lata encontra-se agora em Lilydale, a sede central regional dos Espiritualistas Americanos, para onde foi transportada a velha casa de Hydesville.

Como pode ver-se, cinqüenta e seis anos depois, em 22 de novembro de 1904 (data do encontro do esqueleto do mascate), parece não haver duvida de que foram confirmadas as informações obtidas em 1848 a respeito do crime ocorrido naquela casa.


Fonte: Paulo Oliveira - sobrenatural.org