De todas as manifestações do azar, a Síndrome de Jonas é de longe a mais estranha; é por meio dela que indivíduos sem sorte se tornam o foco de eventos trágicos, permanecendo pessoalmente imunes. Sem ser afetados, eles inexplicavelmente causam acidentes, doenças e trazem a morte àqueles com quem moram ou trabalham.
A mais infame representante da Síndrome de Jonas foi "Mary Tifo", que, ao que parece, foi a responsável por uma epidemia que aniquilou aproximadamente quarenta mil pessoas.
A história de sua contaminação começou em 1906, quando membros de diversos lares abastados de Nova York foram atacados pelo tifo. Descobriu-se que uma mulher chamada Mary trabalhara como cozinheira em todas as residências afetadas e, ao mesmo tempo em que não conseguiam explicar sua imunidade ao tifo, os inspetores de saúde consideraram-na a causa da disseminação da doença. Ela foi aprisionada por três anos em uma cela isolada.
Entretanto, durante seu encarceramento todos os testes para comprovar a opinião dos inspetores tiveram resultados negativos, e Mary foi por fim posta em liberdade com a condição de jamais trabalhar como doméstica novamente. Quis o destino que ela não cumprisse tal recomendação. Cinco anos depois, numerosas pessoas ficaram doentes de uma hora para outra no hospital-maternidade do município de Sloanne. O tifo foi detectado e a desafortunada Mary descoberta trabalhando nas cozinhas sob outra identidade. Ela foi novamente detida, desta vez sem condicional. Mary ‘Tifo’ passou o resto dos seus dias em um confinamento solitário, sofrendo a injúria de ser considerada uma das mais infectantes assassinas de todos os tempos.
O mistério jamais foi elucidado, mas o fato indiscutível é que Mary ‘Tifo’ estava sempre no ‘epicentro’ de todas as irrupções. Poderia ter sido apenas excessiva falta de sorte de Mary, uma vítima inconsciente de uma força muito mais letal e misteriosa do que a febre tifóide?