1 de jul. de 2009

Homúnculo

O conceito de homúnculo (do latim homunculus, "homenzinho", plural homunculi) tem sido aplicado em várias áreas do conhecimento humano.

O homúnculo na alquimia


A alquimia possuí três objetivos, o primeiro é transmutar metais inferiores em
ouro, o segundo fabricar o Elixir da Longa Vida e o terceiro é a criação de vida humana artificial a partir de materiais inanimados (um clone humano na acepção moderna), os homúnculos. Não se pode duvidar da influência que a tradição judaica teve neste aspecto, pois na cabala existe a possibilidade de dar vida a um ser artificial, o Golem. O conceito do homúnculo parece ter sido usado pela primeira vez pelo alquimista Paracelso para designar uma criatura que tinha cerca de 12 polegadas de altura e que, segundo ele, poderia ser criada por meio de sémen humano posto em uma retorta hermeticamente fechada e aquecida em esterco de cavalo durante 40 dias. Então, segundo ele, se formaria o embrião. Outro alquimista que tentou criar homúnculos foi Johanned Konrad Dippel, que utilizava técnicas bizarras como fecundar ovos de galinha com sêmen humano e tapar o orifício com sangue de menstruação. No entanto, também é possível que o homúnculo seja uma alegoria, uma interpretação muito literal das imagens alegóricas alquímicas respeitantes à criação, pela arte, de novas entidades minerais, sejam elas objetivos finais ou intermédios. Essas imagens comportam, muitas vezes, a representação de um ser emblemático, humano, animal ou quimérico, numa retorta.

O homúnculo na ficção

Podemos observar que esta idéia dos alquimistas ficou profundamente marcada na consciência da humanidade, e tem aparecido regularmente no imaginário popular, na forma de monstros artificiais, como no mangá/anime Fullmetal Alchemist, em que o protagonista Edward Elric perde um braço e uma perna, e seu irmão mais novo, Alphonse Elric, perde o corpo todo, na tentativa de trazer de volta à vida a sua mãe, os homunculos aparecem na forma de pecados como a ganância e a inveja. E na mais famosa obra literária sobre o assunto, Frankenstein (Mary Shelley).

O homúnculo na biologia


Em 1677 Leewenhoek[quem?] e Hamm[quem?] usando viram pela primeira vez um espermatozóide e pensaram que ele tinha uma miniatura de humano dentro (homúnculo) que se desenvolvia quando depositado nos órgãos sexuais femininos: o espermatozóide era a semente, o óvulo (feminino) era o terreno de plantação.
Na verdade Leewenhoek e Hamm devem ter visto as organelas do espermatozóide, como se o cromossomo fosse a cabeça e o corpo o núcleo, e realmente até que parece uma miniatura de ser humano, apesar de não ser.[carece de fontes?] O padre italiano Lazzaro Spallanzani provou em 1775 que eram necessários um espermatozóide e um óvulo para haver reprodução humana (na natureza) na qual o esperma era o fator fecundante, deitando por terra as teorias dos animalculistas.

O homúnculo na psicologia

Na psicologia o homúnculo é a representação diagramática proporcional do corpo animal em relação às partes destes, representadas no córtex somestésico e motor. Nesta representação, a área neural correspondente a cada porção corpórea. Assim como a face tem uma maior quantidade de nervos e conseqüentemente de corpos de neurônios, o desenho terá uma imensa face, com um tronco pequeno, braços grandes com mãos enormes, pernas pequenas com pés médios. Homúnculo sensitivo: área somestésica, localizada no giro pós-central. Homúnculo motor: área motora, localizada no giro pré-central.