2 de jun. de 2010
Nostradamus
As suas profecias ficaram tão conhecidas que chegam a ofuscar o restante de sua obra. Ele foi médico, alquimista e astrólogo. Michel de Notre-Dame nasceu em 14 de Dezembro de 1503 em St. Remy,o seu pai era tabelião e os seus dois avôs médicos. Foi o seu avô, que também era cabalista, que ficou responsável por sua educação, ensinando-lhe desde cedo astrologia. Diplomou-se em Avignon como mestre em Artes, estudando literatura, história, filosofia, gramática e retórica.A sua família era judia e Nostradamus teve que se converter ao catolicismo para fugir da inquisição.
Cursou medicina em Montpellier, onde ingressou com dezoito anos, em 1523. Tornou-se amigo de François Rabelais. Recebeu o título de doutor em 1533 e latinizou seu nome para Miguel de Nostradamus. Passou algum tempo viajando pela Europa, onde combateu a peste com métodos contrários aos empregados em seu tempo. Foi convidado por um alquimista, Julius César Scalinger para conhecer suas pesquisas em Tolouse e permaneceu por algum tempo em sua casa. Casou-se com Marie Auberligne, que era uma grande estudiosa e auxiliava Scalinger nas suas experiências. Foi aí que aprofundou seus conhecimentos em Alquimia utilizando a biblioteca escondida, por serem obras proibidas pela Igreja, na casa de Scalinger.
Mudou-se para Ange, próximo a Toulose, actuando como médico. A noite, constantemente ia para a biblioteca de seu amigo estudar as obras proibidas. Teve dois filhos e um trágico desfecho, sua mulher e filhos contraíram a peste e faleceram. Nostradamus ficou desolado e recluso na Bretanha, na floresta de Brocelândia, conhecida como a residência do Mago Merlin. Após isso passou um período de intensas viagens.
Em 1546 combateu novamente a peste, desta vez em Provence onde residia o seu irmão que era prefeito da cidade, obtendo ótimos resultados, utilizou técnicas e conhecimentos que anteciparam em 300 anos as descobertas de Pasteur. Associando a transmissão da peste a microrganismos, desinfectou ruas e casas, queimou os mortos e suas roupas, além de desenvolver medicamentos de animais e vegetais. Casou-se com Anne Posard uma viúva de 27 anos e tiveram seis filhos. Trabalhava durante o dia como médico e durante as noites escrevia as suas profecias. Ensinou sua mulher e cunhada a fazerem perfumes que ficaram famosos.
Publicou a primeira edição das Centurias em 1555 e a previsão que o tornou famoso, o anúncio da morte do rei da França Henrique II em um duelo a cavalo, que se concretizou três anos depois. Conquistou a admiração da rainha Catarina de Médicis esposa de Enrique II, obtendo assim sua proteção, conseguindo escapar da inquisição.
Nostradamus viveu uma vida longa, e em idade avançada sofria de Epilepsia psíquica, de gota e de insuficiência cardíaca. Morreu em 2 de julho de 1566 em Salon-de-Provence, vítima de um edema cárdio-pulmonar. Suas profecias no entanto o tornaram imortal sendo ciclicamente reinterpretada em cada um dos séculos seguintes.
Profecias
Centurias impressas em Turim em 1720.
Suas profecias compõem-se de quadras em versos métricos decassílabos, reunidas em grupos de cem, dai o nome de centúrias. Foram publicadas em várias ocasiões; uma pequena parte em 1555, outra em 1557, sendo que das três últimas centúrias conhecemos apenas edições póstumas. Devido à fama que Nostradamus veio obtendo ao longo do tempo, muitos charlatões tentaram falsificar quadras e versos para fazer dinheiro. Na biblioteca de Paris, existem alguns livros escritos entre 1600 e 1900 que usam descaradamente seu nome. O grupo NRG só reconhece como originais estas citadas. Infelizmente, o dinheiro foi o rumo que procuraram muitas obras que falam do sábio e de sua obra, sem se importarem realmente em descobrir quem era Nostradamus e o que desejava de fato.
Durante cerca de dez anos, ele publicou um almanaque anual, com fatos astrológicos, informações variadas e milhares de presságios. Alguns presságios escritos em versos - mais precisamente cento e quarenta e um - foram estudados em separado por serem muito similares às quadras das Profecias, mas eles são em muito pequeno número em relação ao todo. Exegetas que estudaram esta parte de seu trabalho afirmam que se tratavam de acontecimentos na sua época ou próximos, e, portanto, de pouco valor para a época presente.
Segundo os entusiastas, Nostradamus teria previsto, entre outras coisas, a queda da União Soviética na quadra em que diz: "Um dia serão amigos os dois grandes chefes…". No entanto, os céticos apontam que essas "previsões" só são interpretadas corretamente depois dos fatos, nunca antes.
Astrologicamente, pode-se ver que algumas quadras previam conjunções de planetas em datas futuras e respondem bem aos fatos que aconteceram naquelas datas.
Pesquisadores de universidades muito conhecidas como Ottawa, Cambridge e Sorbonne desenvolveram uma teoria em que as quadras de Nostradamus se baseavam num fato histórico anterior à sua obra e inspiravam as quadras "futuras". O grupo NRG, pesquisando com seriedade, já detectou mais de cem destes fatos que passaram a ser chamado de ponto de partida, e a previsão baseada em livros em geral de história na sua época de bibliomancia. Algumas citações de Plutarco, um historiador grego, são literais, outras, do historiador romano Suetonio, outras do Mirabilis Liber, etc.
Devemos lembrar que entre a morte de Nostradamus em 1566 e 1650 apareceram muitos livros,principalmente porque rendiam muito dinheiro, arvorando-se produzidos por Nostradamus, de modo que há entre eles duas versões para o prefácio apresentado na primeira edição , denominado "Carta a César" e espantosas sete versões para o prefácio final denominado "Carta ao Rei Henrique II". Há versões além dessas que falamos sabidamente falsas, outras evidências em que as edições apresentadas como verdadeiras, podem ser antedatadas. Há também importantes livros da época que se contrapunham a Nostradamus os quais permitem inferir que haviam outras edições que não sobreexistiram e afirmam coisas de tal forma que um grupo de exegetas franceses que por ser sua língua natal, foram os que leram mais dessas edições e congêneres como as "Profecioas de Pavillon" e outros para sustentarem a tese de que Nostradamus não era uma pessoa real, mas apenas um personagem.