27 de jun. de 2009

Hipogrifo

Hipogrifo

Um hipogrifo é uma criatura lendária, supostamente o fruto da união de um grifo e uma égua. A razão para sua grande raridade é que grifos desprezam cavalos, os quais consideram com os mesmos sentimentos que um cão tem sobre um gato. Tem sido sugerido que essa idéia era tão forte nos tempos medievais que produziu um ditado, to mate griffins with horses ("acasalar grifos com cavalos"), o que significa mais ou menos o mesmo que o dito contemporâneo "quando as galinhas tiverem dentes". Em conseqüência, o hipogrifo era considerado um símbolo da impossibilidade e do amor. Isto foi supostamente inspirado por trechos dos Ecólogos de Virgílio, tais como acasalar Grifos com éguas e nas eras vindouras, tímidos cervos e mastins juntos virão beber..., os quais também seriam a origem do reputado dito medieval, se de fato houver alguma.

O hipogrifo parecia ser mais fácil de domar do que o grifo. Nas poucas lendas medievais onde é caracterizada esta criatura fantástica, ela é geralmente um animal de estimação de um cavaleiro ou de um feiticeiro. Constituía-se num excelente corcel de batalha, capaz de voar tão rápido quanto o raio. Do hipogrifo é dito ainda ser onívoro, comendo tanto plantas quanto carne.

O poema Orlando furioso (1516) de Ludovico Ariosto contém uma descrição da criatura (canto IV):

18
Non è finto il destrier, ma naturale,
ch'una giumenta generò d'un Grifo:
simile al padre avea la piuma e l'ale,
li piedi anteriori, il capo e il grifo;
in tutte l'altre membra parea quale
era la madre, e chiamasi ippogrifo;
che nei monti Rifei vengon, ma rari,
molto di là dagli aghiacciati mari.

19
Quivi per forza lo tirò d'incanto;
e poi che l'ebbe, ad altro non attese,
e con studio e fatica operò tanto,
ch'a sella e briglia il cavalcò in un mese:
così ch'in terra e in aria e in ogni canto
lo facea volteggiar senza contese.
Non finzion d'incanto, come il resto,
ma vero e natural si vedea questo.

De acordo com as Lendas de Carlos Magno de Thomas Bulfinch:

Como um grifo, ele tem cabeça de águia, patas munidas de garras e asas cobertas com penas, o resto do seu corpo sendo de um cavalo. Este estranho animal é chamado de Hipogrifo.

Outra descrição do hipogrifo pode ser encontrada no poema de Arnold Sundgaard, O Hipogrifo:

Égua e Grifo ao se unir e acasalar
Fazem sua cria curiosa sorte compartilhar.
Cavalo com cascos e cauda ao meio é,
O resto Águia, com garras e unhas até.
Como Cavalo ele gosta no verão
De pastar em prados imersos na cerração,
Voar ainda como Águia lhe apraz
Sobre as nuvens como os sonhos é capaz.
Com tal Besta quedei-me encantado,
O Hipogrifo, assim ele é chamado.