27 de jun. de 2009

Doppelgänger

Doppelgänger, segundo as lendas germânicas de onde provém, é um monstro ou ser fantástico que tem o dom de representar uma cópia idêntica de uma pessoa que ele escolhe ou que passa a acompanhar (como dando uma idéia de que cada pessoa tem o seu próprio). Ele imita em tudo a pessoa copiada, até mesmo sua características internas mais profundas. O nome Doppelgänger se originou da fusão das palavras alemãs dopple (significa duplo, réplica ou duplicata) e gänger (andante, ambulante ou aquele que vaga).

Existem muitas controvérsias sobre como esta criatura misteriosa é tratada: uns dizem que ela anuncia maus agouros, enquanto outros ditam que é uma representação acentuada do lado negativo de uma pessoa. No primeiro caso, diz-se que ver o seu próprio doppelgänger é um sinal de morte iminente, pois a lenda reza que a pessoa está vendo a sua própria alma projetando-se para fora do corpo para assim embarcar para o plano astral. Em outras circunstâncias, se o Doppelgänger é visto por amigos ou parentes, isso é um anúncio de má sorte ou de problemas emocionais que se aproximam. No segundo caso, há quem diga que ele assume o negativo da pessoa para tentar sobre a mesma uma influência negra, de modo a converter a pessoa a fazer coisas cruéis ou simplesmente coisas que ela não faria naturalmente. Ainda existem aqueles que especulam que o doppelgänger seja um tipo de “conselheiro” invisível para a pessoa, seja dando avisos ou implantando idéias. Dado este plano, acredita-se que o doppelgänger somente é visível para quem o tem, e mesmo em tal circunstância ele só pode ser visto espiritualmente, pois ele não se reflete em espelhos ou qualquer superfície física. Estima-se também que cães e gatos podem ver os doppelgänger dos seres humanos, embora isso seja ainda não comprovado. Em parte há quem credite o doppelgänger como sendo o polar oposto de seu dono, ou seja, se a pessoa é boa, o doppelgänger é mau, ou o oposto.

Sempre houve relatos famosos (nem tanto assim) sobre pessoas, célebres ou não, que afirmam terem visto o que poderia ser o seu doppelgänger.

O fenômeno Doppelgänger, segundo os meios científicos, é provocado pelo mau funcionamento da junção temporo-parietal, uma região do cérebro responsável pela integração de várias sensações (táteis, visuais e de posicionamento do corpo) que constantemente chegam ao cérebro, “montando” a forma pela qual se entende o mundo e o posicionamento do corpo em relação ao que está ao redor. O mau funcionamento dessa região pode, portanto, acarretar o desacoplamento da percepção inconsciente do corpo e da sua representação no espaço. Quando as sensações táteis, de equilíbrio e visuais não coincidem entre si, a compreensão da localização do corpo e do que é pessoal ou extrapessoal se perde, e tem-se a origem da intrigante sensação autoscópica ou extracorpórea, o que poderia explicar a visão do Doppelgänger.

Um possível caso de doppelgänger seria o da professora Emilie Sagée de 32 anos. Ela alega ter visto seu doppelgänger do outro lado da janela da sala de aula onde lecionava. Os seus alunos também viram o doppelgänger da professora e ficaram chocados. O doppelgänger da professora apareceu quando ela escrevia no quadro-negro . O seu doppelgänger já aparecia regularmente no refeitório e nos corredores da escola. Esse acontecimento resultou na demissão da professora. O caso foi contado pelo escritor americano Robert Owen.